Imagem do Meu Pai
Adão da Viola e Irço Freitas
A imagem do meu pai
Tenho na mente gravada
Um homem trabalhador
Que vivia na estrada
Muito querido dos filhos
E também de sua amada
Um herói da nossa terra
No seu ranchinho da serra
Não deixava faltar nada
Botava os bois no carro
Saía de madrugada
Nessas madrugadas frias
Às vezes caindo geada
Quanto o carreiro sofria
O tempo de chuvarada
No trabalho defendia
O seu pão de cada dia
Pra tratar da criançada
Meu pai voltava pro rancho
Cantando uma toada
Os filhinhos no terreiro
Esperavam a chegada
E dizia um bença pai
Com a mãozinha arrumada
Ele dizia tranquilo
Deus abençoe meu filho
Pegava a bênção de cada
Mas um dia pressentiu
A sua hora marcada
Sentiu o peso dos anos
Fez sem querer a parada
O carro não cantou mais
Deu descanso pra boiada
Hoje não carreia mais
Já foi descansar em paz
Na derradeira morada
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