Ironia do Destino
Oswaldo Jesus Motta
Veja só a ironia
Deste amargo destino
Cuidei desse moço
Desde bem pequenininho
Agora ele passa
Nem sequer olha para trás
Ignora as noites perdidas
E de sacrifícios mais
Mas hoje ele é doutor
Faz pose de rei
Não lembra mais da infância
Onde humildade lhe ensinei
Tratou-me com desdém
Como se eu fosse um trapo
Lembrei-lhe: Sou aquele
Que tanto lhe deu afago
Jogou-me três moedas
Nada mais, ele se vai
É triste, mas é real
Meu menino não volta mais
Não esqueça, meu filho
Do conselho que vou lhe dar
Quem hoje nega a mão
Amanhã pode precisar
E se um dia se arrepender
Me abrace, me faça esquecer
Que o tempo traz a distância
Mas não apaga as lindas lembranças
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